segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A VIDA DO LIVREIRO A. J. FIKRY de Gabrielle Zevin


Às vezes, uma história é boa pela simplicidade com que é contada. Não é nada fácil falar sobre personagens comuns, com vidas cotidianas comuns e ainda assim prender o leitor até o ponto final. Gabrielle Zevin consegue isso em A Vida do Livreiro A. J. Fikry. Ela vai nos dando as informações gota a gota, despretensiosamente.

Uma ilha pacata e de difícil acesso. Um livreiro, uma filha adotiva, uma vendedora de livros, uma livraria, uma ex-cunhada e um delegado formam o grupo de personagens principais desta narrativa. Todos estão entrelaçados e vão vivendo um dia após o outro, como qualquer um de nós: com alegrias, tristezas, derrotas, conquistas e escolhas. O ritmo talvez seja a parte mais gostosa e enternecedora deste livro. 

O livreiro é viúvo e triste. Ele recebe de presente do acaso uma menininha esperta. Por causa dela, ele volta a abrir os olhos para a vida e então enxerga a esfuziante e alegre vendedora de livros que vê o mundo através de lentes cor de rosa. A livraria volta a ter alma e os outros personagens vão chegando mais perto e se enroscando uns nos outros. 

Gabrielle Zevin

Gabrielle Zevin nasceu em 24 de Outubro de 1977 em Nova York. Graduada na Universidade de Harvard, escreveu seu primeiro romance aos 14 anos. A Vida do Livreiro A. J. Fikry é seu oitavo romance.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

TRISTÃO E ISOLDA - Uma Lenda Medieval Celta de Amor


O que há de verdade no amor de Tristão e Isolda? Eu não sei ao certo, mas acredito que ele tenha sido real. Um momento de negligência e de ignorância e o futuro de muitas pessoas foi determinado. 

Será que Tristão, com seu coração puro, generoso, íntegro e corajoso poderia ter feito alguma coisa para mudar a sorte do casal desafortunado? Será que Isolda, dona de sabedoria e conhecimentos poderia ter mudado o destino dos dois? Será que eles foram fracos? Pobres criaturas! Acho que nada podiam fazer contra aquele feitiço, fosse o amor verdadeiro ou não. O fato é que estavam amarrados para sempre. 

Os jovens, por conta deste amor, de traições e invejas, passaram por muitas agruras. Ao seu lado, o Universo, que gosta e protege os casais apaixonados. Contra eles? Tantas coisas que é melhor acompanhar esta história e descobrir.

A Lenda secular de Tristão e Isolda tem muitas versões, virou ópera de Wagner e teve seu caráter violento dos primeiros tempos suavizado, ao longos de tantos séculos. 

sábado, 18 de outubro de 2014

O CAPOTE de Nicolai Gogol


Vamos celebrar a estupidez humana! Duas histórias ótimas do Ucraniano, que escreve em russo, Gogol.

O CAPOTE:


Em O Capote, Gogol dá vida a Akaki Akakièvitch, um dos personagens mais interessantes que já conheci. Ele é divertidíssimo, mesmo em seu ostracismo. Digno de pena, é verdade, mas sua obstinação me causou admiração. Confesso, no entanto, que o narrador é o meu personagem preferido nesta história. Dei boas risadas com toda a ironia que envolve O Capote.

O Capote conta a história de um capote, ou melhor, de dois capotes. Uma série de situações acontecem e são desencadeadas pelas pessoas que fazem parte deste conto.

O RETRATO


Se você não acredita no Diabo é sinal de que ainda não leu O Retrato. Os pinceis de um artista, ao tentar recriar a natureza, pode dar vida à sua tela. Não duvide disso jamais! No entanto, se você ainda tem dúvidas, sugiro que corra e vá conhecer os estranhos fatos que acontecem com quem possui aquele quadro, aquele, do oriental. 

A cereja do bolo de Gogol, talvez não seja a forma, maravilhosa, com que ele nos conta uma história, mas o que usa como pano de fundo: os costumes russos da era czarista, a burocracia, a arrogância, a imagem, a tolice. 

Gogol, neste livro, me lembrou um pouco o autor inglês Charles Dickens, mas mais irônico e mais leve. 

Nicolai Gogol nasceu na Ucrânia em 20 de Março de 1809 e morreu em 21 de Fevereiro de 1852 em Moscow.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

HORIZONTE PERDIDO de James Hilton

Eu estava em dúvida do que gostaria de ler. Fui na minha estante de livros, passei os dedos lentamente por alguns ainda não lidos. Pensei em algum que quisesse reler, mas nada me satisfazia. Pegava um e outro e devolvia. Nada me inspirava. Até que meus olhos foram atraídos para "Horizonte Perdido". Não estava muito convicta se era ele, mas a verdade é que não consegui largar.


Fiz um chá, sentei na poltrona e mergulhei nas montanhas do Tibete. Horizonte Perdido é um livro interessante, que prendeu a minha atenção desde o primeiro parágrafo, apesar de já conhecer a lenda de Xangri-La. À medida que o mistério avança um frio na espinha vai se instalando, à espera de que tudo seja revelado. 

A narrativa é tão absurdamente leve e tranquila que eu me senti naquele santuário, inebriada daquele sentimento de plenitude que emanava daquele lugar mágico.

O livro conta a aventura que o inglês Conway viveu, na década de 30. Ele era um homem de personalidade marcante que deixou forte impressão em todos que o conheceram. No entanto, à medida que a história avança percebemos que ninguém sabia quem ele era de verdade. Ele foi um homem encerrado sobre si mesmo, que mostra muito pouco de si ao mundo. 

Fugindo de uma guerra, junto com mais três pessoas, seu avião é sequestrado e ele vai parar em um misterioso santuário. O mistério aos poucos vai sendo desvendado até o momento crucial em que Conway tem que tomar uma decisão e escolher entre duas vidas. Não ficou claro para mim o que o moveu em sua decisão final, mas quero acreditar que tenha sido o amor verdadeiro por outro ser humano. 

Confesso que James Hilton me deixou frustrada porque eu tinha sede de todos os detalhes, de todas as minúcias do desenlace desta aventura tão surpreendente! E autor deixou apenas uma trilha de pão para ser seguida.

James Hilton
James Hilton (09/09/1900 a 20/12/1954) foi escritor inglês de romances e roteiros para o cinema. Formou-se em história pela Universidade de Cambridge. Horizonte Perdido, publicado em 1933, foi sua obra de maior sucesso.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O FILHO DA MÃE de Bernardo Carvalho

 
A segunda guerra da Chechenia é o cenário desta história criada pelo autor brasileiro Bernardo Carvalho. Como toda guerra, tem muito de tragédia.


O autor se utiliza do tempo para contar histórias como a de Ruslan, jovem que perdeu a família na guerra. Sua vó, para tentar salvar o neto, conta a ele um segredo que pode mudar o rumo de sua vida. Também iremos conhecer Andrei, o garoto obrigado a servir o exército russo, mesmo sem querer e o que isso causa a ele e aos que cruzam seu caminho. Histórias de mães, de diversas mães como Marina, Zainap, Anna e Olga, que tratam a maternidade de forma distinta e tem o seu papel na guerra.


À medida que estes e outros personagens (alguns chechenos, outros russos, uns jovens e outros nem tanto, mães, filhos, pais e padrastos) vão seguindo seus rumos em meio aos escombros de algumas cidades e às tentativas de reconstrução de outras, vemos seus destinos  se entrelaçando em São Petersburgo, onde todos vão parar em algum momento. Mas o cenário não é somente a cidade dos Czares. Passa também pelo mar do Japão, Grózni, e chega até no Brasil.


Uma boa história. Uma história que não é a nossa, de um povo que não é o nosso, de um sofrimento que não identificamos, de uma cultura que não reconhecemos. No entanto, esta é uma história que de alguma forma nos pertence porque não importa a origem da violência, ela é cruel e absurda em qualquer lugar do mundo. Venha ela da forma que vier.
 
Amores que nascem da falta de esperança, do desespero, da sobrevivência e principalmente da falta de amor. Amores que nascem quando já não se tem mais nada a perder, mas continua-se vivo, de alguma forma. Amores expressos. Amores eternos.
 
O Filho da Mãe mostra algumas formas de amor: em meio à guerra, ao sofrimento, ao ódio. Amores desesperados, omissos, cruéis. Amores cinzas, negros, turvos, intensos, incondicionais. Mães que amam da maneira que podem, da maneira que sabem.
 
O Filho da Mãe é duro, é tenso. O que eu mais posso dizer? Apenas que prepare-se, pois esta história te deixará marcas.
 
Bernardo Carvalho
 O autor, Bernardo Carvalho, nasceu no Rio de Janeiro em 1960. É escritor, jornalista e tradutor. Este livro faz parte do projeto "Amores Expressos"

sábado, 7 de junho de 2014

O Jogador de Fiódor Dostoiévski


Eu confesso que tinha medo de encarar os russos. Eu achava que eles eram extremamente difíceis, duros, aborrecidos. Ainda bem que resolvi me arriscar! Eles são deliciosos.
 
Em O Jogador encontrei almas atormentadas, amores intensos, paixões desmedidas, tolices exageradas, sentimentos exacerbados, atitudes extremas e preconceitos arraigados. Eu jamais poderia imaginar que encontraria tantas emoções e conflitos em um romance russo!
 
Paulina Alexandrovna tem uma personalidade difícil de ser alcançada. É quase sempre um mistério o que se passa em seu íntimo, mas não desisti de tentar mergulhar em sua alma e tentar desvendá-la. O que pensa, sente e quer esta mulher?
 
Aleksei Ivánovitch , é o herói apaixonado desta história que se perde em tortuosos caminhos da paixão e do jogo. Ele foi afundando lentamente, até não ter mais salvação. Me pus de joelhos algumas vezes e lhe estendi a mão, em lágrimas, mas não fui capaz de salvá-lo. Não pude desistir dele no entanto e o acompanhei até o fim desta história.
 
Os outros personagens desta trama me causaram indiferença. O fio que os unia era o mais comum e vil de todos. Suas personalidades eram comuns e óbvias. Não me comoveram, não me encantaram. Foram os coadjuvantes da estrela: Aleksei Ivánovitch.
 
O que posso dizer depois de tudo? Mergulhe sem medo na páginas de O Jogador.
 
 
 
Fiódor Mikhailovich Dostoievski foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa de todos os tempos. Nasceu em Moscou no fim de outubro de 1821. Morreu em 9 de Fevereiro de 1881 em São Petesburgo.
 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O Cão dos Baskervilles de Arthur Conan Doyle



A tonalidade desta história é cinza. E ela é lamacenta, sombria, chuvosa e claro: misteriosa. Parece mais um caso sem solução, um crime perfeito. Sim, porque este crime, ao que parece, não foi cometido por nenhum humano.
 
O que acontece é que nem mesmo uma maldição sobrenatural é indecifrável para ele, o grande Sherlock Holmes. Não será um caso fácil este de O Cão dos Baskervilles. Em muitos momentos será gelado e aterrorizante, mas não há crime sem solução quando um dos maiores detetives de todos os tempos é chamado para investigar os fatos. E alguém tem alguma dúvida de que ele desvendará mais este assassinato?
 
Arthur Conan Doyle
Arthur Conan Doyle nasceu em 22 de maio de 1859, em Edimburgo, Escócia e morreu em 07 de Julho de 1930. Era filho de um artista irlandes alcoólatra, que trabalhava como funcionário público. Doyle estudou medicina na Universidade de Edimburgo e formou-se médico. Sherlock Holmes é inspirado em um de seus professores: Joseph Bell. Ele gostava de estudar sobre o espiritismo e muitos anos depois ele se converte definitivamente, o que acabaria afetando a credibilidade de sua obra.

Montou em determinada época seu próprio consultório e enquanto esperava por pacientes escrevia contos para matar o tempo. Um Estudo em Vermelho que nos apresenta o maior detetive de todos os tempos foi publicado em 1886. Foi casado duas vezes e teve quatro filhos.

domingo, 4 de maio de 2014

A Soma dos Dias de Isabel Allende


A melhor contadora de histórias do planeta é Isabel Allende. Anos depois de perder a filha, Paula, narrado no livro de mesmo nome, ela conta em A Soma dos Dias, como está sua vida. As alegrias e os perrengues típicos de qualquer família. Só que fatos cotidianos contados por Allende, tem um sabor diferente. Sua visão da realidade é única, divertida e intensa.
 
Em A Soma dos Dias ela nos faz acreditar que somos seus amigos íntimos e que participamos de sua vida ativamente.
 
Isabel Allende
Isabel Allende é jornalista e escritora, nascida em Lima em 02 de Agosto de 1942, foi criada no Chile. Viveu na Venezuela, e muitas aventuras pelo mundo. Enteada de diplomata e sobrinha do ex-presidente chileno Salvador Allende, Isabel é uma das mais importantes contadoras de história da atualidade. Hoje vive com seu marido nos Estados Unidos.

quarta-feira, 23 de abril de 2014